Navegando pelas mudanças tecnológicas no cenário de seguros com John Butler

John Butler atualmente é chefe da divisão de investimento em seguros dos EUA na Cohen & Company, LLC, uma empresa de serviços financeiros com sede em Nova York. Com mais de 27 anos de experiência no setor de seguros, ele traz uma riqueza de conhecimentos de sua experiência como subscritor de seguros tradicional e, posteriormente, como gerente de investimento de capital em seguros.
John, que está no setor de seguros há quase três décadas, como você viu o setor evoluir, principalmente em termos de adoção de tecnologia?
João: O setor de seguros tem sido tradicionalmente lento na adoção de novas tecnologias, especialmente em comparação com outros mercados financeiros. Isso se deve em parte à natureza única e personalizada das apólices de seguro, o que dificulta a padronização. Nos últimos dez anos, houve um impulso significativo para a modernização, impulsionado pela necessidade de lidar e processar melhor grandes volumes de dados. Essa evolução tecnológica foi necessária, embora atrasada, à medida que as seguradoras lutavam para acompanhar os avanços que outros setores financeiros já estavam implementando.
Você pode explicar os desafios enfrentados pelas seguradoras devido aos sistemas legados?
João: Absolutamente Muitas seguradoras operam em sistemas legados desatualizados que prejudicam sua capacidade de processar dados com eficiência. À medida que essas empresas cresciam, tanto organicamente quanto por meio de fusões e aquisições, elas herdaram uma colcha de retalhos de sistemas que geralmente não se comunicam bem uns com os outros. Essa situação cria desafios significativos, pois há uma necessidade constante de atualizar e reconciliar esses sistemas para melhorar o fluxo de dados e os processos de tomada de decisão.
Como as diferenças regulatórias e tecnológicas afetam os mercados de seguros nos EUA em comparação com a Europa?
João: Embora os desafios fundamentais sejam semelhantes nas duas regiões, existem diferenças diferenciadas, principalmente no tratamento de dados devido a regulamentações como o GDPR na Europa. Nos EUA, o aumento do gerenciamento de agentes gerais (MGAs) e sua integração com mercados de capitais e provedores de resseguros estão impulsionando a demanda por dados mais claros e de alta qualidade. Essa demanda está moldando as melhorias do sistema e influenciando a adoção mais rápida de tecnologias em determinados segmentos do mercado.
Com a grande quantidade de dados disponíveis atualmente, quais são os principais desafios do setor de seguros atualmente?
João: O principal desafio está em aproveitar e utilizar com eficácia os crescentes volumes de dados. Por exemplo, as seguradoras imobiliárias agora têm acesso a imagens detalhadas de satélite e as seguradoras de automóveis podem coletar dados abrangentes da telemática. Embora esses avanços ofereçam o potencial de melhorar drasticamente os processos de subscrição e sinistros, o verdadeiro obstáculo é ter sistemas robustos capazes de integrar e analisar esses dados para aprimorar a tomada de decisões e manter uma vantagem competitiva.
Analisando a experiência do cliente, como a tecnologia impactou esse aspecto do setor de seguros?
João: A tecnologia, especialmente a IA e o aprendizado de máquina, transformou significativamente a experiência do cliente ao permitir serviços mais personalizados e eficientes. Atualmente, as seguradoras podem implantar produtos baseados em IA rapidamente e com relativamente pouca revisão da infraestrutura. Essa mudança não apenas reduz o tempo e o custo associados às implementações de novas tecnologias, mas também permite que as seguradoras ofereçam serviços mais personalizados e responsivos a seus clientes.
À medida que a IA e a análise de dados continuam evoluindo, como as seguradoras devem abordar a regulamentação e a inovação?
João: As seguradoras precisam encontrar um equilíbrio entre aproveitar dados detalhados para melhorar a subscrição e o tratamento de sinistros e, ao mesmo tempo, garantir que não excluam clientes em potencial de forma injusta. As regulamentações provavelmente se tornarão mais rigorosas à medida que a IA se tornar mais difundida nos processos de tomada de decisão. É fundamental que as seguradoras interajam ativamente com os reguladores e garantam que o uso da IA e da análise de dados esteja alinhado aos padrões legais em evolução e, ao mesmo tempo, atenda aos melhores interesses de seus clientes.
Finalmente, o que você acredita que o futuro reserva para o setor de seguros na próxima década?
João: O setor deve adotar os avanços tecnológicos de forma agressiva para se manter competitivo. As seguradoras que hesitam em adotar novas tecnologias provavelmente ficarão para trás à medida que o setor continuar evoluindo. A chave estará na integração de técnicas inovadoras de análise de dados e IA para melhorar a eficiência e o atendimento ao cliente sem perder de vista o toque pessoal que é crucial no seguro.
Estas perguntas e respostas não se destinam e não se relacionam especificamente a nenhuma estratégia de investimento ou produto que a Cohen ofereça. Os pontos de vista e opiniões expressos neste documento são de John Butler e não refletem necessariamente os pontos de vista da Cohen & Company, LLC, de suas afiliadas ou de seus funcionários.